Fecha os olhos. Deixa eu te mostrar o que mora no escuro. Não precisa ter medo. O maior risco é não viver. Deita aqui no divã. Eu te levo só até onde você quiser ir.
Te vejo olhando ao redor, tentando me descobrir. Você lê os títulos dos livros na estante. Espia os papéis em cima da escrivaninha. Não precisa fingir, eu não me importo. A curiosidade é boa. A curiosidade faz a gente descobrir a vida.
Me deixa descobrir os teus mistérios. Você diz que é um livro aberto. Suspeito que não. Tem alguma coisa no jeito como a tua boca se crispa, como você se para de falar. Fala o que quiser. Eu aguento. Não sou menino.
Você confessa que faz tempo que não se envolve com alguém. Que teve o coração partido muitas vezes. Que foi enganada, mas que principalmente se enganou. Que foi contra os instintos e a favor das ilusões. Mas nenhuma ilusão suporta a luz insistente dos dias - por mais que você se recuse a ver, algo dentro sempre enxerga.
Concordo. Te asseguro que quero teus instintos acesos. Você sorri. No teu ouvido, pergunto se posso tirar teu vestido. Você diz que sim, no rosto ainda o vestígio do sorriso. Eu te deito sob o veludo do divã. Beijo teu pescoço. Tua boca se abre de leve. Passo a língua sobre teus lábios. Ainda não é um beijo, me demoro. Quero te saborear.
Devagar, enfio a língua entre teus dentes. Te beijo sem pressa, como se o mundo não estivesse acabando. Você não usa sutiã, teu bico do peito endurece. Chupo um, depois o outro. Minhas mãos descem até teu quadril, até a barra da calcinha. Começo a tirar.
Você me para, diz que não está depilada, que não esperava esse encontro. Sorrio. Te asseguro que gosto mais assim. Mas sei que ações dizem mais do que palavras, ajoelho diante de você. Sinto teu cheiro e tua maciez por cima da calcinha. Enlouqueço um pouquinho. Você ainda não sabe, mas é assim que poderia me dominar.
Não quero pressa. Levanto. Da gaveta da escrivaninha tiro um flogger de couro, um chicote com muitas pontas. Te deito de barriga pra baixo. Passo as pontas do flogger nas tuas costas nuas, na tua bunda, na parte detrás das coxas. Vejo tua pele se arrepiar, tua respiração ficar mais funda. Pergunto se posso bater, você diz: por favor.
O flogger estala na tua bunda, gosto de ver tua carne tremer. Pergunto se a intensidade te agrada. Você diz: mais forte. Um estalo, dois, três. Entre um e outro, beijo e assopro e aliso. Você se ouriça. Vira de frente. Teu rosto tem outra compleição. Diz com a boca cheia: se ajoelha.
Teus instintos estão acesos. Você está começando a entender quem domina quem. Obedeço. Você senta e abre as pernas. Molha os dedos com saliva, enfia a mão dentro da calcinha e começa a se tocar. Quero participar, você me impede. Sente prazer em me torturar, em me ver te querendo. Meu falo baba.
Te digo: te quero. Você diz: pode me ter. Com mãos trêmulas, deslizo a calcinha até teus pés. Te vejo em toda tua glória. Faz sentido que eu esteja de joelhos. Tua buceta é mesmo pra ser venerada. Me aproximo com humildade. Teu cheiro na minha cara, teu gosto na minha boca. Chupo. Olho pra cima e te vejo gemendo. Enfio dois dedos sem parar de chupar. Você, como veludo, por fora coberta de pelos macios, por dentro o avesso liso.
Me deixa entrar no teu escuro.
Deusa, depois de se deleitar lendo essa news, que tal encaminhar para uma amiga que também merece sentir prazer lendo esse conto?
— Sugestão Lasciva
A sugestão lasciva de hoje é a série This is us, que estou assistindo pela segunda vez. É uma série bonita, não tão leve, mas não tão pesada, que te faz rir e chorar num episódio só. This is us atravessa décadas da história coletiva de uma família e envereda pelas histórias pessoais de cada personagem, cada um com suas dores e delícias. É humana e aborda temas humanos. Está disponível na Disney+ e Prime Video.
— Por aqui e por aí
Se você me acompanha, talvez tenha visto que abri uma nova turma do meu curso Prazer&Delícias. É sempre uma alegria receber novas mulheres, ler os comentários que elas deixam em cada aula e sentir, mesmo de longe, as emoções que as atravessam.
Eu acho que sentir é uma das coisas mais bonitas do mundo e ver minhas alunas sentindo, seja o que for - raiva quando se dão conta das estruturas que as reprimem, alívio quando percebem que não estão sozinhas, coragem quando se sentem inspiradas… é lindo demais! Me relembra e fortalece o porquê de fazer o que faço.
Conhecimento é poder, sim, e conhecimento sobre sexualidade, prazer, corpo é empoderador. Deixo com você alguns dos comentários que as novas alunas deixaram comigo:
Se você está interessada e quer saber mais sobre o Prazer&Delícias, clica aqui:
— O amor é sempre revolucionário
Estreamos o canal da Escola Lasciva no YouTube. E o primeiro vídeo é sobre amor.
Falar de amor em tempos de barbárie, de tantas injustiças sociais e desigualdades de raça, classe, gênero, é urgente e necessário. É preciso entender o amor para além das nossas relações individuais e afetivas, e derrubar a crença de que o amor é fútil ou coisa de gente romântica. Em "Tudo sobre o amor" (um dos livros da edição 2024 do meu Clube do Livro Lascivo), bell hooks defende o amor como ação. Uma ação revolucionária, capaz de transformar a sociedade através de uma ética amorosa que move não só as nossas interações pessoais mas também as nossas interações sociais.
E posso te pedir pra me ajudar e se inscrever no canal? Dá play aqui:
— Curadoria Lasciva
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