Baby,
minha buceta te amou primeiro. Você diz que sabia desde o primeiro encontro que a gente, eu e você, era caminho sem volta, eu ainda não previa, mas minha buceta sim, foi por isso que saí daquele quarto de hotel e andei pelas ruas do centro da cidade com os pés pisando em nuvens, meu corpo inteiro leve, já não mais refém do peso da gravidade. Baby, por dentro eu era um céu cortado por mil raios, de tanta eletricidade que eu guardava em mim.
Tem um verso do Drummond que diz mais ou menos assim: meu corpo me sabe mais que me sei, como é verdade!, lembro de todas as vezes que meu corpo me soube antes de mim, de quando meu peito me avisou que era hora de mudar de cidade, de país, de carreira, das dores que me alertaram pra me retirar de algo ou alguém - meu corpo é barulhento, grita quando não escuto, grita quando deseja forte. Baby, te desejo tanto, do you hear when my pussy calls your name?
Quando você se enfia em mim minha buceta te abraça e não quer parar de abraçar, e quando você me para na vertigem do orgasmo porque gozo rápido demais e você quer mais tempo no playground que é nosso sexo, reclamo da tua maldade, mas depois gozo mais forte.
Quando você pousa teus lábios nos meus e me recita poemas com a língua e bebe todos os meus sucos como quem tem sede, me lembro daquele poema que você me mandou um dia - você me disse que me encontrar foi como procurar um copo d'água e encontrar um rio inteiro. Baby, amo quando você me faz jorrar.
A gente teve medo dessa paixão toda, como não ter?, sentir tanto é revoada braba, destrói coisas pelo meio do caminho, mas tem uma carta do tarot que me ensinou que toda torre que cai é tão começo quanto fim, e a gente, eu e você, é um começo absurdo e bonito demais.
Confesso que gosto quando a vida me surpreende, quando acho que sei a reta que sigo e de repente a vida me curva diante do imprevisível - amedronta, mas também relembra que tentar controlar tudo é vão. Baby, tem um verso do Manoel de Barros que diz assim: a reta é uma curva que não sonha. A gente se sonhou.
Quando você me come de quatro, quando você beija meus pés, quando você me fode dizendo que me ama, quando você geme mais alto que a música, quando a gente acorda a casa inteira, tudo é poesia. Quero te escrever cartas perdidamente apaixonadas pra depois a gente se dizer: eita como é intensa.
Baby, minha buceta te amou primeiro, porque ela é mais sábia do que eu e, com essa sabedoria, quero te continuar te amando.
Deusa, depois de se deleitar lendo essa news, que tal encaminhar para uma amiga que também merece sentir prazer lendo esse conto?
— DIÁRIO, abril de 2024
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