Baby, você assiste os pássaros e sabe o nome de todos eles. Eu te assisto. Teus olhos castanhos vagando de uma árvore a outra, o céu espelhado nas pupilas. Você fica feliz quando vê o pássaro que queria ver. Eu fico feliz porque te vejo.
Eu te vejo e te deixo me ver, embora ainda tenha muita coisa que tento controlar, pra que você não veja todos os meus buracos de uma vez, pra que você entre devagarinho, mas eu tenho pressa e você tem fome, a gente corre e a gente prefere o risco de se queimar ao perigo de não viver. Baby, não é o amor esse ardor?
Você está confiante de que pode ver tudo e me amar. Baby, não é o amor essa revelação? Eu te mostro quem sou e você me mostra quem é e nessa coragem a gente se encontra.
Você me diz que me ama enquanto eu te como e tua buceta abraça meus dedos. I love you, respondo e repito, I love you, e sinto o pulso desse amor nos meus dois corações. Eu temo também. Temo tanta coisa. Temo te querer tanto, mas temo principalmente não ir atrás do que quero.
A última pessoa que me amou me disse: você está pedindo demais. Eu tinha dito: sempre sonhei com um amor tão grande que nele eu coubesse inteira. Você me disse que não é pedir demais. Baby, você é meu sonho? Sei que você também andou sonhando com um amor tão abundante que você recebesse o tanto que dá. Baby, tô acordada e quero te dar tudo.
Na tua cama, no meio dos lençóis impregnados do nosso sexo, você sussurra enquanto me come: é tão fácil te amar, é tão fácil te amar, e tenho vontade de chorar porque toda a minha vida acreditei que era difícil, que sou difícil, uma dessas mulheres que desobedecem demais, desejam demais, ousam demais.
Não é uma loucura como a gente aprende desde cedo que é crime ser quem a gente é e pecado querer o que a gente quer?, penso na menina que fui e sou invadida por uma compaixão tremenda, ainda pequena passei a acreditar que só seria amada se fosse perfeita, que minhas falhas, minhas pontas afiadas, meus vazios ensurdecedores, minha fome de viver não eram amáveis o suficiente, precisavam de contorno e controle. Era tudo muito selvagem e eu precisava ser civilizada e ser civilizada é não incomodar com tantos quereres. Baby, quantas mulheres morrem em vida por medo de incomodar?
Você cospe no meu mamilo e depois na minha buceta e é tudo tão erótico que suplico: tô morrendo, mas tô mais viva do que nunca. Baby, como é bonito sentir. Você lacrimeja quando vê que ao redor dos olhos da tua cachorra pelos brancos estão nascendo, olha, ela tá ficando velha, você me mostra e começa a chorar e vejo toda tua beleza nesse instante que então se torna sagrado.
Você enfia os dedos na minha buceta, se lambuza e depois passa meus sucos nos meus mamilos, que você chupa cheia de sede enquanto volta a me comer e eu me masturbo ao mesmo tempo e uma corrente de eletricidade vai e vem do ventre ao peito. Teus dedos se retorcem dentro de mim e é como se você puxasse o orgasmo lá do fundo do colo do útero. Baby, there’s more.
A gente ri e se abraça depois de gozar. That's my girlfriend, a gente saboreia a palavra namorada na nossa outra língua. You're the best, você me diz. Aninhada no teu colo te conto um segredo: não é difícil. You deserve everything. Baby, que bonito esse pacto silencioso que a gente fez, a gente se mostra que se amar é fácil e sem querer querendo cura um monte de coisa dentro.
Deusa, depois de se deleitar lendo essa news, que tal encaminhar para uma amiga que também merece sentir prazer lendo esse conto?
— Reflexão Lasciva
E você, deusa, acreditou ou ainda acredita que é difícil te amar? Quem te fez acreditar nisso? Que palavras você ouviu ao longo da vida que foram te fazendo se moldar pra caber em lugares pequenos demais? Você consegue identificar? Que qualidades suas você não desenvolveu ou tem medo de revelar por não achar que há espaço? Que desejos você foi abafando?
— Sugestão Lasciva
A sugestão de hoje é o filme Saltburn, de Emerald Fennel. O filme levantou polêmicas (inclusive por algumas das cenas de sexo), e não pude deixar de perceber quantas críticas foram feitas por causa de uma misoginia enrustida, afinal é um filme escrito e dirigido por mulher. Sinceramente, eu me diverti muito assistindo, a fotografia é linda e o conjunto de tudo foi uma explosão de cor e música. Recomendo. Tá disponível no Prime Video, deusa.
— Curadoria Lasciva
para te nutrir de erotismo
Um lembrete:
Uma playlist:
Até a próxima, deusa!
Com carinho,
Lua Menezes
UAU!!!