Ele me disse que seu coração era como um aquário transbordando e que depois de tanta tormenta havia finalmente encontrado uma calmaria. Eu respondi que meu coração era como uma fogueira sempre queimando e que depois de tanto me apagar descobri que há sempre uma brasa pronta pra arder.
Ele foi o primeiro homem que me amou inteira, os que vieram antes amaram versões editadas de mim, amaram o que eu dava pra eles, amaram até eu não ir tão longe, até eu não ser tanto eu - e dá trabalho não ser quem a gente é. Um deles me disse uma vez que sua primeira impressão de mim foi que eu era vulgar, disse em tom de elogio, como que pra dizer que estava errado, que não achava mais. Mas não entendi como elogio porque não entendo vulgar como ofensa.
Quando encontrei aquele cujo coração era um aquário, quis mergulhar. Ele tinha olhos da cor do mar e um corpo forte de quem não tem medo de trabalho braçal. Ele tinha mãos grossas e calejadas de quem tocou muitas coisas na vida. Ele tinha uma risada herética e um jeito insano de inundar tudo.
No dia em que me mudei pra sua casa, ele me chamou de sereia pela milésima vez e disse que estava pronto pra ser devorado, com ele finalmente me senti vista. Ele morava perto da praia e pela janela aberta entrava o cheiro da maresia, sentei na sua cama depois de desempacotar meus livros e por debaixo da minha saia não tinha nada além de uma escuridão molhada. Ele me disse que nunca teve medo do escuro.
Ele se ajoelhou e me chupou como se o mundo estivesse acabando e me chupar fosse a última coisa sagrada a se fazer. Eu gozei na sua língua e senti o céu da minha boca cheio de estrelas. Ele riu e quando se levantou pareceu mais alto, talvez tivesse crescido.
Eu beijei seu peito no lugar onde achei que deveria estar o aquário, como pra dizer: eu te vejo. Ele fechou os olhos pra eu o ver melhor, eu o vi entregue e vulnerável. Ele gemeu quando beijei suas costelas, sua barriga, o caminho de pelos até seu pau, e achei bonito demais cada som que saia do arco da sua boca, acostumada que estava com o silêncio dos homens na cama e na vida.
Ele vestia uma calça de linho sem cueca por baixo e o prenúncio do seu pau me fez salivar, abriguei-o no calor dos meus lábios e chupei até ele jorrar tudo e, sem engolir, continuei chupando, ele gemeu mais alto, fez menção de tirar, talvez sensível depois do gozo, mas eu quis fazer jus à reputação de sereia e não deixei, continuei, ele foi amolecendo, mas os gemidos foram aumentando, até que ele gritou e tremeu e senti minha boca encher de novo e transbordar.
Ele olhou pra mim com olhos muito abertos e disse que isso nunca tinha acontecido, gozar de pau mole, que já tinha ouvido falar, mas nem sabia que era possível, fiquei orgulhosa e deixei sua porra escorrer dos meus lábios pra que ele visse toda lambuzada.
Ele pareceu gostar do que viu porque subiu em cima de mim e beijou meu pescoço, meus mamilos, meu ventre, enfiou dois dedos e me encontrou molhada, com olhos cheios me disse: sereia, deixa eu te navegar, e fiz que sim com a cabeça porque já havia perdido as palavras, mas na perda do léxico há sempre o corpo e o que só ele sabe dizer.
Ele entrou em mim e seus movimentos tinham o ritmo do mar, pedi mais devagar e ele obedeceu, pedi mais fundo e ele obedeceu, dancei meu dedos sobre meu clitóris com ele todo dentro e o orgasmo veio de longe, como uma onda que demora a quebrar. Gozei encharcando os lençóis e ele sussurrou no meu ouvido: você também transborda.
Deusa, depois de se deleitar lendo essa news, que tal encaminhar para uma amiga que também merece sentir prazer lendo esse conto?
— Sugestão Lasciva
A sugestão lasciva de hoje é o filme Lucia e o Sexo, do diretor espanhol Julio Medem. Depois que escrevi o conto dessa News, lembrei imediatamente desse filme, erótico, poético, visceral, um dos meus favoritos quando eu era mais nova. Através de uma narrativa não linear, o filme revela aos poucos o romance de Lucia com o escritor Lorenzo, o seu paradeiro e a jornada que a leva até uma ilha do Mediterrâneo em busca de respostas. Até eu vou seguir a minha sugestão e assistir de novo. É um filme cult e não tão fácil de encontrar, mas você pode conferir se está disponível para assistir na sua localidade na Apple TV ou na Amazon Prime.
— VEM AÍ: Nova temporada do Podcast e Prazer&Delícias
Em 2018 pari no mundo o meu primeiro curso on-line, que na época se chamava Jardim das Delícias, e que mudou a vida de muitas mulheres, inclusive a minha. Sei que falar assim, mudar a vida, soa grandioso, uso essas palavras com cautela e só as uso porque as ouvi de centenas de alunas que transformaram sua relação com o próprio corpo e o prazer através dos conhecimentos do curso. Foram 11 turmas e mais de 2 mil alunas ao redor de 27 países. Conhecimento é poder.
O Jardim das Delícias não existe mais porque foi atualizado e se transformou, virou o Prazer&Delícias, um curso ainda mais completo, profundo, baseado em ciência, mas sem eliminar a poesia. Aliás, é mais que um curso, é uma jornada que vai te convidar a descobrir a delícia de ser você e mais: vai te dar conhecimento e ferramentas práticas pra isso.
Pra quem fez o Jardim das Delícias e quer matar a saudade, se reencontrar com o próprio poder, pra quem ainda não fez meus cursos e quer entender do que eu estou falando, vamos disponibilizar, na semana do dia 10, uma temporada pocket do Podcast Lasciva Lua, com trechos até então exclusivos do Jardim das Delícias.
E não escolhi a semana do dia 10 à toa, é a semana do dia dos namorados no Brasil, uma semana em que o amor romântico é tão exaltado, mas que tal também exaltar o seu amor próprio, sua força, seu prazer? Prazer este que não depende de ninguém pra ser imenso e potente (se você ainda acha que depende, o Prazer&Delícias vai te provar o contrário).
Quer receber todas as informações em primeira mão? Clica no botão abaixo e se inscreve na lista de interesse do curso! Vem comigo, deusa. O prazer é nosso.
— Para dar replay
Escrevo diários desde os dez anos de idade. Tenho um fascínio por documentar a vida porque pra mim ela ainda é um grande mistério. Esses dias tenho olhado pra trás, pra minha trajetória, pras curvas inesperadas (e tão certas) do caminho. Esse vlog conta um pouquinho da minha história desde que me mudei do Brasil pra Nova Zelândia e o que criei de lá pra cá:
— Curadoria Lasciva
para te nutrir de erotismo
uma beleza:
algumas palavras:
um lembrete:
O que você sentiu lendo essa edição da news? Deixe um comentário, vamos conversar!
Sempre perco o fôlego, das diversas formas possíveis ❤️
🌊